Startup brasileira Sunew traz energia solar mais sustentável e integrada às cidades

Startup brasileira desenvolveu uma membrana flexível que se diferencia do modelo tradicional de “fazendas energéticas”

A startup brasileira Sunew é líder mundial em filme fotovoltaico orgânico (OPV), uma membrana leve e flexível capaz de gerar energia solar. A tecnologia é mais eficiente e sustentável do que as placas de energia solar tradicionais.

Entretanto, o maior diferencial da empresa está em pensar em soluções integradas aos espaços urbanos. A ideia é esquecer o modelo em que a usina está distante da sociedade e a energia vem através da tomada. Tiago Alves, engenheiro eletrônico, empreendedor e CEO da startup, diz que “imagina um futuro onde você se liberta do buraco da parede”. Nesse sentido, as instalações da Sunew fazem parte do cotidiano das pessoas de forma ativa.

Para tornar o conceito mais claro, um exemplo é o “totem” fotovoltaico que a startup desenvolveu, e pode ser instalado em locais públicos como o jardim de um hotel. “O ‘totem’ tem formato de flor, em que as pétalas são membranas energéticas e que fazem sombra, onde se pode recarregar celular, toca música direcional (você só ouve se estiver embaixo das pétalas), tem iluminação noturna e até um sistema ‘cooler’, que gela bebida. Tudo num mesmo produto”, explica o empreendedor pernambucano à StartSe.

Energia sustentável em escala

O exemplo do “totem” explica como a energia solar não precisa seguir o padrão tradicional de fornecimento energético. Porém, isto não quer dizer que a escalabilidade da tecnologia seja restrita. Hoje, a membrana pode ser instalada em um carro, numa casa ou até na sede de uma megaempresa – como é o caso da Natura.

A companhia do segmento de beleza firmou uma parceria exclusiva com a Sunew, em que a sede de Cajamar terá uma instalação solar de mais de 2000m² no teto. Será, portanto, a maior usina de energia solar “de nova geração”, como é chamada a OPV, do mundo.

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A membrana é feita com materiais orgânicos e abundantes na natureza. Tanto os insumos quanto o processo de produção gerem cerca de dez vezes menos poluentes que as placas tradicionais de energia celular. Entretanto, Tiago Alves faz questão de deixar claro que todo tipo de energia solar é um avanço em relação à sustentabilidade sobre outras usinas muito mais poluentes. Portanto, ambas as tecnologias “limpas” podem coexistir no futuro próximo.

A Sunew é a líder no mercado da membrana energética. “Normalmente, este tipo de produto hi-tech começa com um paper publicado na universidade.”, explica Tiago Alves. “No nosso caso, o primeiro passo foi levantar investimento para uma fábrica. Isso explica nossa liderança no mercado”, revela o CEO.

Da pesquisa à fábrica

A Sunew tem como principal acionista o CSEM Brasil, um laboratório de estudos em nanotecnologia, microeletrônica, energia fotovoltaica e afins. Neste centro em Belo Horizonte foi desenvolvido, a partir de 2010, o OPV na forma como a startup utiliza.  A startup nasceu apenas em 2015, com a responsabilidade de fabricar e comercializar o produto.

“É um círculo virtuoso: o centro de pesquisa promove uma colaboração tecnológica com a Sunew, e, como principal acionista, este se beneficia do crescimento da startup. Assim, ele tem recursos para continuar desenvolvendo pesquisas em sua área de expertise, cujos resultados e produtos podem entrar no comércio através do mercado que a Sunew já tem”, explica Tiago Alves.

Hoje, o Brasil tem apenas 2% de penetração da energia solar no mercado. Portanto, o espaço de crescimento da startup é enorme. O caminho é uma nova mentalidade quando se pensa em recursos energéticos. Para o empreendedor, o futuro da energia tem três pontos: eficiência em custo, integração ao contexto urbano e sustentabilidade.

 

Fonte: Aqui

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