Dentro em breve, as centrais de gás deixam de conseguir competir com os novos projetos solares. Sendo que cada vez mais existem leilões de energia competitivos em que o lucro é diminuto, mesmo sendo este um mercado em expansão.
Até 2023, acredita-se que a energia solar fotovoltaicapassará a ser mais barata que o gás um pouco por todo o mundo. A conclusão foi da Wood Mackenzie Power & Renewables.
As novas fábricas de gás de ciclo combinado ainda conseguem competir com os novos parques de energia solar em grande parte dos mercados, desde a China ao Reino Unido e Coreia do Sul. Mas no início de 2020 a quota irá diminuir, muito devido à queda do preço dos equipamentos e à proliferação dos leilões de energia competitivos.
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Apesar de tudo, as notícias não são animadoras para o mercado solar mundial. Anualmente, segundo dados da Wood Mackenzie, os valores de 2018 não ultrapassaram a meta dos 100GW, muito devido à desaceleração induzida pelas medidas de política energética introduzidas na China.
O mercado indiano também apresentou uma estagnação no crescimento, quando comparado com o ano passado, sendo que cancelaram 14GW de leilões de energia e cancelaram diversos projetos solares já adjudicados.
O ano de 2018 foi o primeiro ano sem um preço recorde para um acordo de compra de energia solar, depois de vários registos em mercados como o sul-africano, americano, marroquino ou saudita.
Mas os contratempos em qualquer mercado, como China, estão a ser menos preponderantes na medida em que a indústria se instala um pouco por todo o mundo. Na China estão 35% das instalações solares de todo o mundo, mas entre 2019 e 2014, estima-se que esse valor baixe para 27%, fruto do investimento de outros mercados neste tipo de indústria.
O futuro do mercado das energias renováveis a nível global
Acredita-se que o futuro das energias renováveis é risonho a nível global.
Na Austrália, finalmente começaram a investir nas energias renováveis solares. Sendo que durante 2018 instalaram mais de 4GW de capacidade solar, o que os tornou no quinto mercado mundial. Mais, ultrapassou os EUA, tendo chegado a 2 milhões de instalações solares em poucos meses. Na Austrália a energia solar está no seu auge.
Na Europa, depois de um grande período de estagnação, começou um novo período de crescimento sustentado, podendo vir a atingir números anteriores. 2019 é considerado um ano importante para os países europeus, especialmente na formalização dos seus objetivos 2030 para a redução das emissões de gases efeito de estufa e aumento das energias renováveis.
Na Arábia Saudita, é provavelmente o mercado emergente que desperta maior cobiça. Para já os sauditas estão muito dependentes do petróleo para gerar energia, sendo que nos meses de verão queimam mais de 900000 barris de petróleo diariamente em eletricidade, o que equivale a 1% da procura mundial de petróleo!
Com uma meta inicial de 200GW de instalações solares previstas, recentemente reviram os números e adotaram um objetivo mais realista, nomeadamente a instalação de 40GW até 2030. E na próxima década espera-se que seja um dos 10 principais mercados mundiais de energia solar.
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Mudanças de paradigma
O mercado da energia solar é um mundo de oportunidades, sendo um mercado interessante para investir e obter rendimento, cada vez maior.
O mercado está a mudar rapidamente. Está a deixar de lado um sistema de ajudas por parte do governo, e a passar para outro mais competitivo, os leilões de energia competitivos. Países como a Alemanha já adotaram este modelo de leilões de energia, tendo demorado cerca de 17 anos a conseguir essa mudança. Mas China e Vietnam apenas demoraram 3 anos nessa mudança de paradigma, e o Camboja deixou cair por terra os planos do sistema de ajudas e passou diretamente aos leilões de energia competitivos.
O aumento dos leilões de energia originou ofertas “agressivas” no mercado, talvez devido aos baixos critérios de entrada nos mesmos. É que qualquer um pode entrar nos mercados, não apenas empresas de eletricidade e produtores de energia independentes podem concorrer aos leilões de energia, como todas e qualquer empresa que pretenda começar a oferecer este tipo de serviço.
Uma competição tão feroz, significa que quem licita e vença o leilão, tenha rentabilidades de capital baixas, entre 5% a 7%. Essa redução da margem de lucro afeta todos os intervenientes na cadeia do mercado da energia solar.
É verdade que o mercado solar está preparado para o crescimento, à medida que se abrem novos leilões de energia, mas estes são mercados difíceis de operar!
Fonte: Aqui