O fabricante britânico de superdesportivos está preocupado com o ambiente. Em vez de veículos eléctricos, defende que pode conseguir resultados similares com os actuais motores a gasolina sintética.
Até os fabricantes de superdesportivos têm dificuldade em virar as costas aos clientes que exigem que os coupés de sonho tenham um mínimo de preocupações ambientais. E se as solicitações não chegarem para mudar o rumo dos construtores, as exigências da Comissão Europeia têm o poder de convencer até os mais cépticos, ao impor multas pesadas para quem emite demasiado dióxido de carbono.
Se a Ferrari já aderiu à electrificação, com o SF90 Stradale e a Lamborghini e a Aston Martin seguem pelo mesmo caminho, pensando já em versões 100% eléctricas para quando as baterias garantam uma autonomia decente em utilização desportiva, a McLaren prefere seguir outro rumo. Em vez de baterias e motores eléctricos, o construtor inglês prefere utilizar gasolina sintética em versões alteradas dos seus motores V8 biturbo. Uma solução similar à que a Audi desenvolveu para fabricar e-gasolina e e-diesel.
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De acordo com o COO da McLaren, Jens Ludman, o objectivo é propor modelos mais amigos do ambiente, com a estratégia a passar pelos combustíveis sintéticos e não fósseis, com os quais a McLaren pensa atingir o mesmo impacto ambiental dos desportivos 100% eléctricos, caso se entre em linha de conta com as emissões relativas à produção e reciclagem das baterias. A gasolina sintética é ainda mais interessante, sob o ponto de vista ambiental, se for produzida à base de hidrogénio gerado por energia eólica ou solar e carbono capturado da atmosfera, o que torna a queima deste combustível neutra em carbono.
“A tecnologia dos combustíveis sintéticos ainda está a ser desenvolvida, mas se considerarmos que podem ser produzidos com recurso à energia solar e depois utilizados em automóveis como os actuais, há um potencial de vantagens que eu gostaria de explorar”, afirma Jens Ludman. Recorda o responsável pela McLaren que “os motores actuais necessitam de apenas ligeiras modificações para poderem queimar gasolina sintética”. Algum do trabalho de desenvolvimento da gasolina sintética poderá ser partilhado com a F1, também ela a braços com a necessidade de tornar o desporto menos poluente.
O projeto vai entrar numa fase experimental, com a McLaren a desenvolver os motores para extrair a maior potência de uma gasolina que não deriva do petróleo, o que não significa que coloque de lado a optimização das mecânicas híbridas plug-in que deseja expandir na gama.
Fonte: O Observador