A BYD anuncia implantação do segundo turno de trabalho na fábrica para atender à demanda
A BYD vai implantar, a partir do dia 23, o segundo turno de trabalho na fábrica de painéis solares em Campinas, para aumentar a produção e atender à expansão do mercado prevista para este ano. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) prevê que, em 2020, o País deverá atingir 5,4GW (gigawatts) de potência instalada em Geração Distribuída, um crescimento de 260% em relação à marca de 2GW produzidos no ano passado.
A fabricante de Campinas fechou o ano passado com a marca de 1GW de painéis solares produzidos, correspondendo a um terço do mercado nacional. Estudo da Greener, realizado no quarto trimestre de 2019, aponta que a BYD já é hoje a segunda marca mais utilizada no mercado nacional. “2020 será o ao da energia solar no Brasil”, afirmou o diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD no Brasil, Adalberto Maluf.
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O investimento, disse, é resultado da aposta na melhoria do mercado nacional, após algumas decisões do governo, como ter voltado atrás na revisão da portaria 482 para mudar o sistema de tarifação para quem utiliza sistemas de geração distribuída, especialmente a energia solar, aumentando o custo. “Não fazia o menor sentido taxar o Sol assim”, disse.
Pesaram também na decisão de ampliar a produção, o fortalecimento da legislação em benefício da Geração Distribuída, queda nos preços das células de maior eficiência, a renovação do programa de incentivos à indústria de semicondutores, e a decisão de zerar o imposto sobre importação da célula.
“A expectativa é que este novo cenário reduza os custos da produção dos módulos nacionais entre 10% a 15%”, afirmou. A fábrica de Campinas, instalada há três anos, opera atualmente com um turno. Setenta novos trabalhadores foram contratados e dobrou a compra de insumos para assegurar o crescimento da produção. “É hora de apostarmos no aumento local da produção, reduzir os custos, e ter mais capacidade de competição com o produto importado”, disse.
Em 2019, segundo a Absolar, 171 mil sistemas solares fotovoltaicos foram conectados à rede e mais de R$ 10 bilhões em investimentos acumulados desde 2012.
Projeção da Absolar aponta que o segmento deve gerar cerca de 120 mil novos empregos no Brasil, acumulando mais de 250 mil postos de trabalho até dezembro, concentrados entre cerca de 15 mil empresas da cadeia produtiva fotovoltaica.
A Absolar estima também que até o final do ano, mais de R$ 16,4 bilhões deverão ser investidos na instalação de sistemas solares fotovoltaicos para atender residências, comércios, indústrias.
Região é polo produtor a partir da radiação solar
A região de Campinas tem quatro usinas de energia solar fotovoltaica em operação, configurando importante polo de produção de energia limpa. A CPFL Energia foi a pioneira ao implantar uma usina no bairro Tanquinho em Campinas. Em fevereiro, a Envo, braço do grupo CPFL Energia voltado ao mercado de geração distribuída, inaugurou uma usina em Americana, com investimentos de R$ 4,6 milhões. O empreendimento conta com 3.320 módulos de captação da luz do sol e tem potência instalada de 1,12MW, o suficiente para abastecer cerca de 738 residências.
Também entrou em operação uma usina em Campinas implantada pela TMW Energy, de energia renovável e sustentável pertencente ao Grupo Royal FIC. O investimento foi de R$ 21 milhões. A usina fotovoltaica está instalada no bairro Carlos Gomes. Em abril do ano passado, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inaugurou uma usina fotovoltaica para produzir energia limpa. O ginásio multidisciplinar recebeu o maior conjunto de painéis solares e outros cinco prédios da instituição também receberão painéis.
A geração de energia solar é parte do programa Campus Sustentável, programa em parceria com a CPFL Energia e com apoio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da empresa BYD, que doou parte dos painéis (15% do total instalado).
Fonte: Aqui